O dia 17 de janeiro de 1954 marcou a fundação da Sociedade Campineira de Recuperação da Criança Paralítica, idealizada pelo médico Ernani Fonseca e mais um grupo de campineiros interessados em montar uma clínica especializada no tratamento de vítimas da paralisia infantil. O serviço funcionava em um pequeno imóvel localizado na Rua Luzitana, no Centro de Campinas. Naquela época, a doença era muito agressiva e já havia atingido mais de 500 mil crianças em todo o Brasil.
Sete anos depois, em 1961 a vacina que erradicou a poliomielite começou a ser usada em campanhas públicas, a partir daí a gotinha milagrosa passou a imunizar crianças ao redor do mundo inteiro.
Engana-se quem pensa que o trabalho da instituição diminuiu: a clínica passou a atender crianças com limitações físicas diversas, seja por causas genéticas ou por acidentes. A Casa da Criança Paralítica (CCP) – atual nome da instituição – atende hoje mais de 370 pacientes, entre crianças, adolescentes e jovens com deficiência física e comprometimento neurológico, que recebem atendimento gratuito e multidisciplinar, composto por fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogas, terapeutas ocupacionais, psicologia além de atendimento médico nas áreas de pediatria, ortopedia, fisiatria, neurologia, odontologia e enfermagem.
Os pais e mães das crianças também são acolhidos pela CCP enquanto acompanham o tratamento na sede da instituição – agora localizada à Rua Pedro Domingos Vitalli, 160, no Parque Itália –, seja recebendo uma cesta básica ou tendo a oportunidade de apoio psicológico ou jurídico.
Exemplo de gestão e transparência
Apesar dos últimos dois anos terem sido desafiadores em razão da pandemia de Covid-19, a Casa da Criança Paralítica mostrou-se um exemplo a ser seguido em termos de transparência, gestão e organização. Durante esse período, a instituição não demitiu ninguém e ainda expandiu a captação de recursos, o que possibilitou a contratação de novos funcionários. O quadro de colaboradores é de aproximadamente 60 pessoas e mais 30 voluntários, que se dedicam em prol da causa da pessoa com deficiência.
A CCP caracteriza-se por ser uma instituição eficiente em administrar os recursos mobilizados. Além do trabalho de captação da Nota Fiscal Paulista e da destinação do Imposto de Renda, a instituição está à frente de outras por seus negócios sociais e projetos de arrecadação.
Um deles é o tradicional Bazar do Sonho, que representa entre 20 e 30% do valor administrado pela Casa da Criança Paralítica. No local, são vendidos diversos produtos como roupas, calçados, eletrodomésticos, móveis e eletroeletrônicos que passam por uma triagem rígida e controle de qualidade apurado para oferecer o melhor a cada cliente que passa pelo local.
Outra novidade para 2022 é a inauguração do Sebo do Sonho. Projeto que tem como principal objetivo incentivar o hábito de leitura e cultura a população campineira oferecendo um vasto catálogo de livros a preços competitivos.
Além disso, a CCP é certificada como Organização com Boas Práticas em Transparência e Gestão pela Phomenta, que integra o Comitê Internacional de Monitoramento de ONGs.
Referência em tratamento e reabilitação
Inovação e competência são as principais palavras para definir o trabalho desenvolvido pela Casa da Criança Paralítica quando o assunto é o processo de reabilitação de pacientes.
A instituição oferece desde setembro último o serviço inédito de Pilates para otimizar e melhorar o processo de reabilitação de crianças e jovens com deficiência. Por meio de parceria, a instituição adquiriu quatro aparelhos para o desenvolvimento das atividades, o Reformer, o Barrel, a Chair e o Cadillac.
Durante os exercícios do Pilates, o paciente melhora o condicionamento físico, a flexibilidade, entre outros benefícios, colaborando para sua reabilitação. A concentração que o método exige auxilia ainda na interação do corpo com a mente.
Os profissionais também estão sempre se aperfeiçoando no tratamento clínico de bebês, crianças e jovens atendidos na instituição. Entre as novidades, está a participação de alguns fisioterapeutas no Curso Bobath Básico, que teve início em novembro e será finalizado em fevereiro, somando quatro módulos.
O conceito Bobath foi criado e desenvolvido no início dos anos 1940 pelo casal alemão Karel Bobath (psiquiatra-neurofisiologista) e Berta Busse Bobath (fisioteapeuta) e consiste na inibição de padrões reflexos anormais e a facilitação dos movimentos normais por meio de manuseios que influenciam na adequação do tônus muscular e no controle postural do paciente. O objetivo final é que o paciente seja capaz de transportar para o dia a dia os ganhos adquiridos nas sessões de terapia.
“Ao longo dos seus 68 anos de trajetória, a Casa da Criança Paralítica de Campinas representou muito mais do que impactar a vida de tantas crianças e pessoas por meio do tratamento oferecido. Representa o desejo por uma sociedade mais igual e com oportunidade para todos”, diz Jonas Lobo, presidente da CCP.
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